As eleições legislativas de 18 de maio de 2025 em Portugal ocorrem num contexto de instabilidade política, após a queda do governo minoritário liderado por Luís Montenegro, da coligação de centro-direita Aliança Democrática (AD). A crise foi precipitada por um escândalo envolvendo a empresa Spinumviva, ligada à família de Montenegro, que resultou na perda de apoio parlamentar e na convocação de eleições antecipadas .
As sondagens indicam que a AD lidera com 32% das intenções de voto, seguida pelo Partido Socialista (PS) com 27%. O partido de extrema-direita Chega aparece em terceiro lugar com 19%, enquanto a Iniciativa Liberal mantém 5%. Estes números sugerem a continuidade de um parlamento fragmentado, dificultando a formação de uma maioria estável .
Os principais candidatos são Luís Montenegro (AD) e Pedro Nuno Santos (PS). Montenegro enfrenta críticas devido ao escândalo da Spinumviva, enquanto Santos propõe políticas de centro-esquerda focadas na habitação, saúde e educação. André Ventura, líder do Chega, mantém uma retórica anti-imigração e propõe medidas de segurança mais rígidas.
A imigração tornou-se um tema central na campanha. O governo interino anunciou a notificação de 18.000 imigrantes irregulares para deixarem o país, medida criticada pela oposição como eleitoralista e populista. A questão migratória polariza o debate político, com partidos à esquerda defendendo políticas de integração e à direita propondo restrições mais severas .
Quanto ao direito de voto, os imigrantes não cidadãos portugueses enfrentam limitações. Apenas cidadãos de países com acordos de reciprocidade com Portugal podem votar nas eleições legislativas, excluindo grande parte da população imigrante residente. Esta exclusão levanta debates sobre representatividade e integração política dos imigrantes.
As propostas dos partidos variam significativamente. A AD foca-se na estabilidade económica e na redução de impostos. O PS propõe investimentos em serviços públicos e políticas sociais. O Chega defende a redução da imigração e medidas de segurança. A Iniciativa Liberal prioriza a liberalização da economia e a redução do papel do Estado.
A campanha eleitoral também aborda temas como a crise habitacional, com propostas de construção de habitação acessível; a saúde, com promessas de redução de listas de espera; e a educação, com foco na valorização dos professores e melhoria das infraestruturas escolares.
O voto antecipado está disponível para eleitores deslocados, doentes internados e presos, entre 6 e 8 de maio. Os eleitores recenseados em Portugal podem votar antecipadamente em mobilidade no dia 11 de maio, mediante inscrição prévia .
A participação eleitoral é uma incógnita. A instabilidade política e a desconfiança nas instituições podem levar à abstenção. No entanto, o aumento do voto antecipado e o interesse nos debates sugerem que muitos eleitores estão atentos às propostas e ao futuro do país.
Em suma, as eleições de 18 de maio são decisivas para o rumo político de Portugal. A fragmentação partidária e os desafios sociais e económicos exigem soluções eficazes e diálogo entre as forças políticas. A inclusão dos imigrantes no debate político permanece uma questão pendente, refletindo a necessidade de políticas mais inclusivas e representativas.